A negligência é um risco para o desenvolvimento da criança
- Andréia Krug
- 20 de jun. de 2018
- 2 min de leitura

A negligência é a forma mais grave de violência contra a criança devido à falta de cuidados básicos/afetivos dos pais e, além disso, pode causar sérios transtornos no desenvolvimento físico, emocional e cognitivo na infância.
Identifica-se como negligência os comportamentos dos pais ou cuidadores quando falham em alimentar, vestir adequadamente seus filhos, medicá-los, educá-los e evitar acidentes. Em outras palavras, é considerado como maus-tratos passivo. Porém, existem outros indícios para identificar este padrão negligente de educação, como a falta de carinho e atenção.
Nem sempre os fatores sociais e econômicos dos pais são a causa para um padrão negligente. Às vezes, a própria personalidade de um dos pais, ou de ambos, pode contribuir para o agravamento da negligência, sobretudo quando estes são acometidos por problemas mentais (depressão ou transtornos de personalidade do tipo bordeline), que faz com que estes estejam sempre indisponíveis para os filhos. Ou ainda, combinado com outros fatores, faz com que possam estar sobrecarregados com outras tarefas, impedindo de atender a criança.
Até o processo de litígio de separação pode causar a negligência afetiva devido ao fato dos pais estarem mais envolvidos na conflitiva conjugal do que atender emocionalmente as necessidades dos filhos.
Crianças expostas a este tipo de maus-tratos podem sofrer sérios problemas cognitivos. Estudos apontam que a negligência pode causar uma redução do volume, alteração da bioquímica e estrutura do cérebro infantil. Entretanto, a negligência não só ocorre a nível de estrutura cerebral. Existem outros fatores de risco:
Negligência física: pode causar déficit de crescimento, desnutrição, infecções não tratadas, doenças graves (por exemplo, pneumonia), dano físico na forma de cortes, hematomas e queimaduras devido à falta de supervisão. Também causar a mortalidade infantil.
Negligência afetiva: devido à falta de suporte afetivo, pode-se manifestar no comportamento da criança em idade pré-escolar quando apresenta socialização inadequada, hiperatividade e agressividade, baixo rendimento escolar em crianças em idade escolar, comportamento de risco (alcoolismo, drogas e delinquência) na adolescência.
Se a negligência não for tratada a tempo, posteriormente corre-se o risco de transformar-se num ciclo vicioso, pois a vítima quando se tornar adulta, pode repetir este tipo de maus-tratos com os próprios filhos. Por esta razão, é preciso capacitar outras redes de apoio, como por exemplo, os professores, para que estes possam identificar os sinais da falta de cuidados físicos e emocionais por parte dos pais ou responsáveis e acionar os conselhos tutelares.
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Andréia Krug é Graduada em Psicologia na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional na Universidade Ritter dos Reis (UniRitter) e com especialização em Psicologia Jurídica (ClipMed). CRP 07/14023. Atende crianças, adolescentes e adultos utilizando a Terapia do Esquema. Realiza orientação de pais e atendimento de orientação on-line. Faz consultoria escolar, avaliação psicológica, palestras e workshops.
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