A automutilação na infância e adolescência
- Andréia Krug
- 13 de jun. de 2018
- 2 min de leitura

Apesar de ser muito comum na forma de pequenos cortes pelo corpo, a automutilação consiste em qualquer autolesão, ou em qualquer forma não fatal de agressão ao próprio corpo, que consiste em tombos, cortes, arranhões, queimaduras, comportamentos de risco.
Automutilação - ou cutting - é uma forma de aliviar as dores emocionais deslocando para o corpo físico. Nem sempre há intenção de se matar e nem o objetivo de chamar a atenção. Quem o pratica esconde dos pais, pois quer continuar usando como “analgésico” para o sofrimento emocional. Muitas vezes, o fazem para se “sentir vivo”.
Os motivos apontados para a automutilação são a sensação de vazio, angústia, raiva, tristeza com ou sem motivo, ou até mesmo para relaxar. Isto porque a dor parece liberar endorfina, propiciando a sensação de prazer, de alívio, tonando-se uma armadilha para a compulsão e para relações abusivas.
As causas da automutilação estão ligadas ao bullying, à violência doméstica, abuso sexual, situações adversas às críticas, violência urbana, problemas acadêmicos ou desafios propostos por grupos de iguais para ser aceito. Podem ser gatilhos para desencadear a autoagressão.
As principais características do transtorno são:
Arrancar casquinha de feridas (comum em crianças pequenas);
Coçar até sangrar;
Introduzir caroços ou grãos no orifício nasal e auditivo;
Ingerir produtos impróprios como agentes corrosivos, remédios sem prescrição, alfinetes, agulhas, pregos, parafusos;
Cortes na pele utilizando-se de estiletes, facas, lâminas de gilete, cacos de vidro, agulhas, pregos, lâmina do apontador, canivete, compassos nos braços, pulsos, pernas, abdômen - geralmente áreas que possam ser encobertas (escondidas);
Bater-se, esmurrar-se, morder-se, beliscar-se;
Autoflagelação (tão preconizada por algumas religiões - chicotear-se);
Queimar-se (especialmente com cigarro), também podendo fazer uso de produtos químicos;
É preciso que os pais fiquem atentos a mudanças de comportamentos das crianças, e dos adolescentes também, tais como: aumento da agressividade, ansiedade, isolamento, depressão e tristeza.
O papel importante da família e dos professores para ouvir e procurar descobrir o que se passa, sem julgamentos, aproximar-se; avaliar como e o momento oportuno de oferecer ajuda para fazer o encaminhamento para uma ajuda psicológica. Quanto mais cedo procurem tratamento, maiores são as chances de a prática de automutilação não se repetir.
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Andréia Krug é Graduada em Psicologia na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional na Universidade Ritter dos Reis (UniRitter) e com especialização em Psicologia Jurídica (ClipMed). CRP 07/14023. Atende crianças, adolescentes e adultos utilizando a Terapia do Esquema. Realiza orientação de pais e atendimento de orientação on-line. Faz consultoria escolar, avaliação psicológica, palestras e workshops.
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