O medo da traição
- Márcia Resende
- 18 de mai. de 2018
- 4 min de leitura

Todo medo faz quem o sente ser um refém!
Vamos falar do medo em ser traído ou enganado, algo que faz pessoas perderem momentos de alergia e prazer, construindo conspirações e tornando-se reféns de medos que foram originados em uma experiência ou em crenças populares.
O medo é uma emoção e, como tal, tem um propósito em nossa vida, como toda emoção que tem uma função de nos fazer melhores como seres humanos!
Uma emoção traz sempre um comunicado sobre nossa pessoa e a forma como nos relacionamos com as experiências da vida.
As emoções são produtivas e auxiliares em nosso processo de desenvolvimento. Estar aberto a reconhecê-las e sentir é algo que nos faz mais capazes de conduzirmos nossas vidas.
No amor, isso também acontece. Aliás, costumo lembrar que o amor é uma ótima fonte de evolução e crescimento, para entrarmos em contato com o que sentimentos e expressarmos nosso sentir na direção do que desejamos.
O que torna, então, as relações afetivas, para alguns, um lugar de tantos medos?
Como disse, o medo de perder alguém é algo bastante complexo, considerando que ninguém tem garantias de posse sobre um outro alguém. O desejo de possuir o outro como um bem pode limitar as relações e aumentar a fonte dos medos.
Muitos, ao viverem a sua primeira ruptura amorosa, seguem com medo de viver novamente essa situação e isso acaba transformando o presente em um eterno tormento, onde o fantasma da possibilidade ronda a alma, mente e coração de quem sente.
A crença de que uma ruptura é ruim limita muito as pessoas, afinal, ela pode apresentar uma nova forma de viver os caminhos do amor com compromisso e responsabilidade pelas ações e o reconhecimento que cada parte na relação tem 50% de responsabilidade.
Todo término significa que ambos contribuíram em 50% para o resultado e avaliar o que se deseja de diferente para a próxima é sempre útil, ou quando é possível rever e renovar a própria relação, essas experiências significam evolução.
Gosto de lembrar que Vinicius de Moraes foi muito sábio em afirmar que seja eterno enquanto dure. Certamente, essa maneira de olhar traria mais compromisso com manter a eternidade com qualidade, enquanto for prazeroso!
O amor é um sentimento que nos faz muito bem e, ao mesmo tempo, mostra as possibilidades de sermos felizes. Isso pode gerar nas pessoas receios, impedindo o que possibilita viver verdadeiramente a profundidade transformadora do amor.
Quando as pessoas se deparam com a força do amor, alguns vinculam que o seu sentir depende do outro e que se perder a pessoa, significa que nunca mais poderá viver essa sensação. Isso pode aproximá-la de uma visão de futuro catastrófica e pouco madura.
Para o cérebro, o efeito de colocar a atenção na possibilidade de perder tira a referência do que está acontecendo no presente, gerando um grande sentimento de incerteza.
Habitualmente, essa forma de pensar constrói estratégias de sofrimento como imaginar o que poderia levar aquela pessoa para um outro lugar ou para outra pessoa.
A traição é uma distorção e faz parte dos medos que muitos homens e mulheres vivem. Alguns por terem tido essa experiência de relação “triangular” ficam apavorados ou nutrem seus medos com esse “alimento”.
Alguns partem da premissa que isso pode acontecer e passam a fazer um plano para evitar que ocorra uma traição. Em todas as situações, o que de mais nocivo ocorre é que o presente fica em prejuízo, deixa de ser vivido.
Ocupar-se de uma possibilidade de existir uma traição é uma forma de tentar exercer controle sobre uma variável que está fora do controle. Saber o que pode acontecer ou o que vai acontecer é como programar-se para sofrer constantemente.
E cria na relação uma visão distorcida de que uma parte merece muito pouco da outra parte, além da visão de que a outra parte é pouco digna de confiança.
Quando uma das partes numa relação afetiva olha para a outra com pouca credibilidade, constrói uma relação de pouca confiança, o que é insustentável para uma relação prosperar. Afinal, ninguém trai ninguém. A traição - ou falta de autenticidade - é sempre da pessoa para com ela mesma!
Então, vamos refletir sobre o tema e olhar, pensar e sentir essa atitude de uma outra forma. Quando um casal assume uma aliança, seja ela qual for: namoro, noivado, casamento ou relação estável, ambos estão se comprometendo consigo mesmo a viverem aquele modelo de relacionamento. Quando uma parte tem um comportamento que demostra sua atitude escusa em viver algo oculto e manter-se no compromisso que assumiu consigo mesmo, demonstra imaturidade e falta de compromisso consigo, que nada tem a ver com o outro.
Quando os casais desenvolverem maturidade para olhar e sentir os compromissos como um ato consigo mesmo, serão livres de alma para compreenderem os sinais e aturarem com a verdade do bem estar que zela pelo auto amor, para depois se revelar como um ato de amor com o outro. Outro fator importante que muitas vezes cegam os casais: viver uma relação triangular é uma construção realizada por todos os envolvidos. O casal é responsável em 50% cada parte e essa informação é um dado promissor para analisar o que - e o quanto - as partes de fato acreditam no amor.
Talvez essa é a primeira pergunta para você iniciar ou prosperar em uma relação!!!
__________________________________________________________________
Márcia Resende é Graduada em Psicologia, Pós graduada em Criatividade e Cultura Corporativa e especialista em Recursos Humanos (USP/SP). É Sócia Diretora do Instituto de Thalentos e possui MBA em Marketing. Conselheira, Mediadora e Coaching de atuação estratégica. Idealizadora do método da Engenharia da Felicidade e do método de Coaching eficaz com PNL. É instrutora dos cursos de formação em PNL (Practitioner em PNL, Máster em PNL e Trainer Advanced em PNL).
Fale com a colunista:
institutodethalentos@institutodethalentos.com.br
Tel: +55 (11) 3284-4446
Tel: +55 (11) 96309-4884
www.institutodethalentos.com.br