Diferenças entre birra e crise sensorial na infância
- Andréia Krug
- 2 de mai. de 2018
- 2 min de leitura

Nem todo comportamento que a criança apresenta é considerado birra. Existem outros comportamentos que os pais desconhecem e que, muitas vezes, não podem ser considerados como comportamentos normais do desenvolvimento infantil, como é o caso das crises sensoriais.
No entanto, as birras e as crises sensoriais parecem semelhantes à primeira vista, mas diferem nos motivos, pois podem determinar diferentes formas de ajudar a criança.
Mas afinal, qual a diferença da birra e da crise sensorial?
A crise sensorial ocorre quando a criança está sobrecarregada com excessos de estímulos: um passeio no shopping, um dia no parque de diversões ou uma roupa nova. Isto ocorre devido a um processo de inundação do cérebro da criança, através da entrada sensorial. Sua mente fica assoberbada com muitas informações que não consegue processar. Tais situações são percebidos como um perigo real ao seu organismo (reações de luta e fuga).
O excesso de estímulos causa muito incômodo, que resulta numa crise de choro, enquanto que na birra, a criança chora devido a frustação por não conseguir obter algo que queria.
Já a birra, só para quando a criança consegue obter ou não aquilo que queria dos pais. Na crise sensorial, normalmente, continuará mesmo após ter conseguido o que queria porque, em muitos casos, nem a criança sabe o que quer. As crises podem terminar destas duas formas: a criança fica esgotada, encontra um ambiente sossegado com menos informação sensorial ou nós respondemos de forma diferente à habitual.
Contudo, a dificuldade de processamento sensorial é comum em crianças com autismo ou com falta de autocontrole emocional.
Como lidar com as birras e crises sensoriais?
Usar abordagens semelhantes em cada uma delas, já que algumas crianças que fazem birras podem ter dificuldades no processamento sensorial também. No caso da birra, é necessário que os pais reconheçam os desejos do filho sem ceder a eles, e ajudá-lo a encontrar uma comunicação mais útil para conseguir o que quer. Para lidar com a crises sensoriais, mudar de ambiente para evitar a superestimação sensorial, como um lugar calmo e sossegado é uma solução. Isto ajuda a acalmar o cérebro da criança para que consiga ter um momento de processar a informação sensorial. Tampões de ouvido, bolinhas de apertar ou garrafas sensoriais ajudam a reduzir o estresse causado pela quantidade de estímulos.
O tratamento psicológico pode ajudar a criança em crise, melhorando a comunicação, ajudando a nomear sentimentos e emoções, além de auxiliar os pais a compreenderem e a diferenciarem quando a criança está fazendo birra ou tendo uma crise, para saber como agir nestes casos.
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Andréia Krug é Graduada em Psicologia na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional na Universidade Ritter dos Reis (UniRitter) e com especialização em Psicologia Jurídica (ClipMed). CRP 07/14023. Atende crianças, adolescentes e adultos utilizando a Terapia do Esquema. Realiza orientação de pais e atendimento de orientação on-line. Faz consultoria escolar, avaliação psicológica, palestras e workshops.
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