Auto cobrança e a distância para o amor

Uma pessoa que vive a auto cobrança teme expressar sua autenticidade diante da vida. Quando tornamos escassa nossa experiência de vida, podemos ter escassez de felicidade, afinal, a auto cobrança é uma forma rápida de gerar tensão e stress.

Quando uma pessoa acredita na visão “ binária de certo e errado”, o medo de deslizar e se descobrir fazendo o que se tem como errado gera um estado constante de alerta.

É uma ausência de flexibilidade para consigo mesmo, como se a sua aceitação no mundo dependesse da perfeição em ser ou, às vezes, em ter, o que pode ser altamente limitante e distante de um estado de felicidade.

Seria muito mais promissor para uma pessoa que tem o comportamento de auto cobrança, que ela descobrisse primeiro que está aqui, sem a precisão de fazer algo além de estar presente em 100% e fazer o que dá sentido para sua existência.

Uma pessoa que se autocobra de perfeição acredita que está sendo julgada o tempo todo e que “nunca“ pode agir de forma humana com receios, dúvidas, fragilidades, emoções e se cobra de ter que seguir as metas colocadas socialmente para ela ou autoimpostas.

Existe um outro aspecto da auto cobrança que merece ser considerado. Há uma auto suficiência no comportamento de auto cobrança, o que pode gerar muitos conflitos em diversas relações pessoais e profissionais, pela inflexibilidade e orgulho em acreditar que existe a perfeição diferente de ser perfeito sendo singularmente você!

Habitualmente, uma pessoa quando tem essa postura diante da vida, teve um aprendizado em algum momento relacionado ao ganho de amor, que só sendo perfeito se obtém amor!

Podemos considerar que os adultos acabam sofisticando esse auto cobrança com a perfeição em seguir um modelo socialmente valioso e também de obter bens materiais que mostre o quanto ele é perfeito!

Uma realização que fica muito vazia!

Lembro que uma vez trabalhando com um grupo de executivos em um empresa, um dos executivos me disse que estava muito deprimido pois descobriu que seu colega tinha mais sucesso que ele. Perguntei o que fazia ele se comparar a uma pessoa diferente dele para falar que o outro tem mais sucesso do que ele.

Ele me disse que o colega tinha comprado um carro melhor do que o dele e que tinha uma esposa e filhos que sempre estavam felizes!

Diante da colocação e da minha surpresa ele me perguntou o que tinha dito de tão estranho!

Eu perguntei como ele ousava comparar o sucesso dele com alguém diferente dele, uma outra pessoa?

Inspirar-se no outro pode ser muito saudável. Agora, esquecer sua vida para olhar a vida da outra pessoa e cobrar-se de ter uma postura igual é ausência de auto amor!

Sei que essa comparação vem de alguém que tem o modelo mental de se comparar com um auto cobrança para sempre ser “vitorioso” comparativamente. Agora, a vitória real é viver a vida que te faz feliz!

Viver a vida que te permite ter espontaneidade em Ser quem você deseja ser e se sentir amado por ser, que é diferente de ter!

Ter a esposa feliz, ter a casa bacana, ter o carro legal, ter ..ter...ter ....pode ser uma grande ilusão que traz o vazio.

Logico que tenho consciência de que vivemos uma vida onde ter a estabilidade que para você faça sentido, irá te dar liberdade para agir e viver.

Agora, ser refém do Ter para abandonar o Ser é uma grande forma de viver sem sentido sua vida. Realçar o que você tem internamente para viver bem sua vida é uma forma sustentável de estar presente e liberar-se do auto cobrança.

Uma pessoa que se solta para viver sua vida identificando o que faz sentido está apta a viver um amor em sua plenitude.

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Márcia Resende é Graduada em Psicologia, Pós graduada em Criatividade e Cultura Corporativa e especialista em Recursos Humanos (USP/SP). É Sócia Diretora do Instituto de Thalentos e possui MBA em Marketing. Conselheira, Mediadora e Coaching de atuação estratégica. Idealizadora do método da Engenharia da Felicidade e do método de Coaching eficaz com PNL. É instrutora dos cursos de formação em PNL (Practitioner em PNL, Máster em PNL e Trainer Advanced em PNL).

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