Ciúme demonstra amor?
- Márcia Resende
- 9 de mar. de 2018
- 3 min de leitura

Cansativa essa visão de “quem ama sente ciúme”. Talvez essa seja a melhor estratégia emocional para finalizar a possibilidade de amor.
O ciúme demonstra alguns dados importantes para quem verdadeiramente quer viver um relacionamento afetivo, para isso é saudável que haja abertura para enxergar o que o ciúme faz no seu cérebro e, consequentemente, com suas emoções.
Quando uma pessoa quer possuir o outro como uma propriedade sua e descobre que a outra pessoa tem autonomia, começa o sentimento de ciúme, que está fundado na insegurança e imaturidade ao descobrir que o amor é sentir que difere de possuir.
Lógico que você pode me falar que tem ciúmes por ter sido traído em um relacionamento ou, talvez, em vários, como se a traição fosse um ato da outra pessoa para com você.
Todas as pessoas que vivem relacionamentos com o comportamento de traição, são responsáveis pelo resultado em 50%. Afinal, uma relação, como o nome diz, é feita por duas pessoas e verdadeiramente ninguém trai ninguém.
O que ocorre então?
Você se trair ao deixar de observar dados concretos que estão disponíveis numa relação é uma opção.
Sempre que isso ocorre há ausência de conexão com o outro, afinal, relacionamento demanda dedicação, flexibilidade, compreensão , disponibilidade, comunicação, respeito com a individualidade, escolha e decisão de ser feliz!
Quando há conexão, se algo muda, ambos percebem e tem maturidade para conectar-se à situação e, em aliança e comunhão, buscarem saídas.
Há apreciação e verdade na conexão, que são antídotos à um comportamento de traição. Porém, ter essa atitude amorosa requer a liberdade para compreender que o amor zela por estar junto por opção, que difere de obrigação.
Então, o ciúme seria algo sem sentido para sentir quando estamos em uma relação por opção e, uma relação quando as pessoas estão bem consigo mesmas, a relação é um lugar para acessarmos: prazer, cumplicidade, leveza, intimidade, respeito, admiração, felicidade. É natural querer desenvolver de forma evolutiva uma relação que traz o nosso melhor e nos oferta o melhor da outra pessoa!
O ciúme está vinculado a escassez; como há medos, há escassez de liberdade para sentir e simplesmente viver o presente!
A escassez faz com que a pessoa busque a certeza de que, no futuro, a relação existirá e vive diariamente o medo de perder algo que nunca foi dela. Afinal, as pessoas trazem experiências, porém, elas são como citei e vou repetir: indivíduos autônomos.
E o amor está em respeitar a individualidade e vivenciar a intimidade, que nunca será uma invasão da privacidade. Duas pessoas, para terem uma relação saudável, poderiam sempre preservar a individualidade e privacidade e viver a beleza da intimidade amorosa com um outro ser!
O amor acontece no presente momento em que reconhecemos que a magia está no “agora”, quando é possível sentir e ter a oportunidade de vivenciar com consciência a entrega do seu tempo, seu sentimento, seu coração e sua alma para viver a beleza do amor.
Lembrando que essa entrega é para você. Então, ninguém pode ser cobrado!
O ciúme é, em si, um sentimento que está ligado a imaturidade emocional, por algumas expressões em sua manifestação:
Demonstra posse, desconsiderando que a relação é um escolha de ambos os lados;
É uma forma de manifestar a frustração ao dar-se conta de que é improdutivo ter controle sobre a outra pessoa; mesmo que ela demostre que você tem esse controle é uma ilusão;
É um aspecto que demostra competição numa relação, o que é nocivo quando consideramos o objetivo, que é o amor. Muito comum ouvir: “Se você faz isso e eu não, então você não pode fazer!”
Limita a visão e os verdadeiros critérios que estão presentes na relação, ocasionando uma prisão para quem vive o ciúme.
Abrir-se para olhar, sentir e pensar sobre a relação distante do sentimento de ciúme, pode mostrar valores importantes e, talvez, você descubra que se aprisionou em uma relação que está muito distante do amor que imaginou!
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Márcia Resende é Graduada em Psicologia, Pós graduada em Criatividade e Cultura Corporativa e especialista em Recursos Humanos (USP/SP). É Sócia Diretora do Instituto de Thalentos e possui MBA em Marketing. Conselheira, Mediadora e Coaching de atuação estratégica. Idealizadora do método da Engenharia da Felicidade e do método de Coaching eficaz com PNL. É instrutora dos cursos de formação em PNL (Practitioner em PNL, Máster em PNL e Trainer Advanced em PNL).
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